POR QUE SOU CONTRA O USO DE XINGAMENTOS COMO “ARROMBADO”, “BANANINHA”, “CORNO”, “CARLUXO”, ETC?

TL;DR: Porque reproduzem as ideologias machista, homofóbica, misógina, etc.

VERSÃO LONGA: Quando a gente usa esse tipo de palavra como forma de agressão, mesmo contra quem “está do outro lado”, a gente reproduz a naturalização de seu uso válido dentro de nosso repertório linguístico.

A principal forma como o pensamento ideológico hegemônico é estruturado passa pela invizibilização e neutralização do discurso de ódio opressor e isso se dá, muitas vezes, por meio do que chamamos de “naturalização” de fatos culturais.

Existem várias táticas para quebrar esse ciclo. A primeira e principal delas é a abolição de seu uso como agressão e o alerta a pessoas alinhadas conosco para que não a usem dessa forma. Uma outra tática, secundária mas não menos útil e importante, é sua expropiação e empoderamento por parte das comunidades oprimidas – por exemplo o uso de “vadia” pelo feminismo ou de “gay, viado, sapa, bicha”, etc pela comunidade LGTBQIA+.

Os principais contraargumentos sobre esta posição que eu adoto passam por dizer que isso seria uma ditadura do politicamente correto, tentativa de patrulhamento ideológico ou militância/ativismo identitário, pós-moderno, pequeno-burguês e por aí vai. Esses argumentos passam, todos, pela naturalização e defesa do discurso agressivo baseado em ideologia invizibilizada. Eu pretendo aos poucos ir colocando tópicos aqui sobre cada um desses temas.

Há também uma linha de argumentação que passa por validar o uso desse tipo de agressão contra “o outro lado” porque seria uma forma de “bater onde dói neles”. Isso é uma falácia lógica, que também pretendo abordar em outro tópico por aqui.

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